Infância

O atual momento vivido pela sociedade, de uma forma geral, tira a liberdade da criança viver os bons momentos da infância. O medo da violência faz com que os pais mantenham seus filhos em casa, envolvidos com os jogos eletrônicos ou mesmo com a TV ligada nos educativos desenhos animados, onde seres extraterrestres são combatidos por heróis saídos sabe-se lá da imaginação de quem.

Este preâmbulo é necessário para remeter à infância da minha geração, hoje com mais de 50 anos de idade. Bem antes de ser colocado para trabalhar, curtia ao máximo os momentos de liberdade, onde os vizinhos cuidavam das crianças, como se fossem seus próprios filhos. Empinar pipa/pandorga/papagaio/arraia era diversão absoluta dos finais de tarde.

Mais divertido ainda era sair em busca de taquara/bambu, café de bugre (para colar o papel na estrutura de bambu/taquara), papel de embrulho e linha 40 (a mais grossa e resistente), para montar aquele objeto leve e levado pelo vento às alturas. O café de bugre tinha que estar vermelho, para soltar aquela pasta para passar na dobra do papel e se transformar em cola.

Jogar bola (mesmo sendo um perna de pau, ainda) no terreno baldio, onde eram descarregadas as toras de madeira para a serraria, era diversão certa. Quando tinha torneio, entre os times das ruas vizinhas, o campo ficava pequeno. Os entreveros aconteciam, mas logo resolvidos, sem ameaças de vingança. Afinal de contas, todos moravam próximos e se conheciam. Cerol na linha? Nem pensar.

O tempo passou, as crianças daquela época já são homens formados e com famílias constituídas. Alguns já ocupam o andar de cima, chamados mais cedo para a eternidade. Houve um tempo em que fui criança, brincando com minhas filhas, ainda mais crianças, onde foi possível redescobrir a beleza de quem teve infância. Sem medo e sempre feliz.

Rio Pirapó

Dentro em breve recomeçarão as discussões em torno da ocupação da área próxima à nascente do Rio Pirapó, na área central de Apucarana. O local deveria ser utilizado para a construção da Escola Técnica do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), mas ações do Ministério Público inviabilizaram o empreendimento, construído na região do Lago Jaboti.

O terreno foi devolvido à diretoria da Casa de Portugal, que pretende dar um destino à área, quem sabe com a construção de uma praça temática. Há possibilidade do Senac assumir o local, mas esta é uma outra história.

No meu modesto entendimento, acredito inexistir óbice para a utilização da área. Para tanto, baseio-me na própria legislação vigente no País. Em 2007, ainda cursando Direito na Unopar de Arapongas, realizei um pequeno estudo e observei que a destinação daquele terreno para a construção da escola não feria qualquer norma vigente.

É o caso da Resolução 369/2006, que em seu artigo 9º, trata da regularização fundiária em área urbana. O inciso III estabelece critérios exigidos, quais sejam: malha viária, captação de águas pluviais; esgotamento sanitário, coleta de resíduos sólidos, rede de abastecimento de água e rede de distribuição de energia.

Como é possível observar, a ocupação daquele terreno é possível e sem ferir as normas ambientais. Acrescente-se que a área, na situação atual, impede a valorização dos imóveis já ocupados. Espero que, com bom senso, não se coloque mais atrapalhos no projeto existente para o local.

Hábito

Aproveitando o tempo de espera de dowload de um programa de computador, fundamental para o desenvolvimento do curso de especialização em Gestão Municipal, dei uma passada nas páginas eletrônicas do jornal Gazeta do Povo.

Dois artigos dos articulistas Cristiano Castilho e Márcio Renato dos Santos me chamaram a atenção, pois com eles me identifiquei.

Cristiano Castilho relatou sobre o hábito de tomar café - quente e forte. Já Márcio Renato versou sobre o cumprimentar pessoas quando caminhando pelas ruas e parques de Curitiba.

São duas situações que pratico de segunda a domingo e as considero salutares. O café quem preparo sou eu mesmo, com três colheres de pó e água em ponto de fervura. O produto tem que ser de qualidade, senão fica na garrafa. Café FF (frio e fraco) não tem graça. No trabalho, costumo dar um tempo e saborear uma chícara de café sem açúcar. Minutos depois, estou reanimado e cumprindo mais uma tarefa.

Já o cumprimentar pessoas quando caminhando pelas ruas vem de longa data. Chato é quando não é retribuído. O (a) outro (a) pode até pensar: "Quem é este chato?". Tudo bem, continuemos a caminhada. Minhas filhas já disseram que pareço político, pois digo bom dia, boa tarde ou boa noite ao gari, ao pipoqueiro, ao jornaleiro, ao açougueiro e para quem cruza meu caminho.

É um hábito e dele não abro mão. É como tomar uma bela chícara de café - em casa ou no botequim. Faz bem ao corpo e ao coração.

Investimentos

Novos empreendimentos estão programados para a cidade de Apucarana, gerando emprego e renda. Duas lojas âncoras no Shopping CentroNorte (uma delas a famosa Americanas); dois supermercados na Rua Osvaldo Cruz; além do Bristol Hotéis e Resort, no Hotel Lago das Pedras. Na Avenida Curitiba, quatro obras estão em andamento, o que resultará em novas lojas varejistas. A maior delas será O Doidão, no Master Center, ocupando os três pisos do prédio.

Também na construção civil é possível observar as obras de novos edifícios comerciais e residenciais, ocupando terrenos na área central da cidade e também na periferia, dentro de programas habitacionais financiados pela Caixa Econômica Federal.

É preciso acrescentar ainda a implantação da Escola do Senac, que logo no princípio de 2011 estará abrindo suas portas para a capacitação profissional de centenas de jovens. Também a Universidade Tecnológica Federal tem novos cursos para interessados em seguir promissoras carreiras profissionais. A Univaí deverá ser anunciada ainda este ano pelo governador Orlando Pessuti, sucedendo a Faculdade Estadual de Ciências Econômicas de Apucarana.

O Hospital do Coração depende de questões burocráticas para ter os equipamentos liberados no Porto de Paranaguá. A instituição hospitalar será uma das maiores do País e formará cirurgiões cardíacos, através do convênio a ser firmado com a Universidade Federal do Paraná.

Estes são sinais evidentes que a cidade continua em franco desenvolvimento, sendo referência para a microrregião do Vale do Ivaí. O crescimento de Apucarana ocorre a olhos vistos, exceto para aqueles que pregam o quanto pior, melhor.

Competência

O Campeonato Paranaense de 2011 começa amanhã para o presidente do Roma Apucarana, Sérgio Kowalski. Hoje ele comemora a volta à elite do futebol estadual, após estupenda vitória - 4 x 0 - sobre o Foz do Iguaçu, no Estádio Bom Jesus da Lapa.

Nos comentários que acabo de ler no site do jornal Tribuna do Norte, não há nenhuma menção ao competente trabalho feito, praticamente sozinho, pelo Sérgio Kowalski na presidência do clube, desde da saída de Vitor Nasser no ano passado. Contando com o apoio de empresas locais e da prefeitura, Sérgio Kowalski, com jeito humilde, administrou com maestria as finanças do clube, sem fazer loucura e montando um plantel com jogadores aguerridos e com vontade de vencer.

Passada a euforia do título, o trabalho para a montagem da equipe, com vistas ao Estadual de 2011 precisa ser planejado e vislumbrar a permanência na Elite. Para isso, jogadores ainda mais gabaritados que os atuais terão que ser contratados. Haverá, portanto, a necessidade de ampliar o montante da folha de pagamento e a cidade, através de suas empresas, auxiliar a direção.

Outro detalhe: o Estádio Bom Jesus da Lapa precisa de melhorias urgentes e estas devem ser iniciadas de imediato. Nas atuais condições, dificilmente sediará jogos no próximo ano. Também a iluminação precisa de ajustes, pois alguns pontos negros permanecem e devem ser corrigidos.

No mais, como instituiu o Sebastião Rodrigues, narrando pela Nova AM: Vaaaai Romaaaa!

Ela

Os números da mais recente pesquisa eleitoral mostram que Dilma Rousseff será a sucessora de Lula na Presidência da República. Os números do DataFolha indicam uma diferença de 17 pontos percentuais (47 x 30) sobre José Serra. Na análise dos dados, é possível prever que a eleição presidencial será decidida no primeiro turno.

Vem aí uma indagação de todos sobre este fenômeno Dilma, que até ontem era uma desconhecida do grande pública. Para entender o que aconteceu, sugiro a leitura do blog do conceituado jornalista Josias de Souza, da Folha de São Paulo.

Outra indagação, esta no âmbito doméstico: é sobre a possibilidade da liderança de Dilma ser transferida à campanha de Osmar Dias, também atrás na disputa ao Governo do Paraná. Há quem diga que sim, mas no Estado a liderança de Beto Richa é discutível, principalmente se levar em conta o excessivo número de eleitores indeciso.

Elite

Continua causando comentários o vídeo amador, onde o presidente Lula é interpelado por um adolescente, cobrando a liberação de complexos esportivos do Rio de Janeiro para as camadas mais pobres da capital carioca. Em determinado momento, o adolescente diz ao presidente da República que gosta de tênis. Para Lula, tênis é esporte da elite e não de pobres.

É mais uma resposta discriminatória e parte de quem afirma, com todas as letras, que "nunca na história deste País houve tanta inclusão social".

Este vídeo de me fez lembrar de uma visita ao Jardim Ponta Grossa, periferia de Apucarana, durante a inauguração de uma quadra esportiva. Observando a movimentação de autoridades estava um menino mirrado, de olhar triste. Perguntei qual esporte gostava de praticar e ele, de imediato, respondeu: "tênis".

Com certeza um sonho inatingível, pois não existem políticas públicas que garantem oportunidade a jovens carentes de praticar os esportes mais elitizados, como é o caso do tênis. Hoje as atenções se voltam apenas aos chamados esportes olímpicos e que ganham mais espaço na mídia.

Crianças, como aquele menino do Jardim Ponta Grossa, dificilmente conseguirão entrar numa quadra de tênis, pois não há interesse dos governantes em firmar convênios com clubes para oferecer as denominadas clínicas e selecionar talentos, mesmo nascidos nas camadas mais pobres da sociedade.

Trânsito

Recentemente, escrevi sobre o caos que é o trânsito de Apucarana, principalmente nos horários de pico. Sustento que a topografia da cidade e a falta de planejamento, quando da criação da cidade, aliados ao crescimento da frota, contribuem para esta situação.

Outro dado também é preciso ser levantado e tem como base de análise as ocorrências atendidas apenas pelo Corpo de Bombeiros de Apucarana, já que os dados do Siate não são disponibilizados à imprensa, o que acho uma besteira.

Pois bem. No ano passado, o Corpo de Bombeiros atendeu a 836 ocorrências de trânsito. Já em 2010, até a data de ontem (18), foram 618 atendimentos.

Dois períodos são de maiores incidências de ocorrências: 07h00 às 09h59; e 17h00 às 19h59.

No ano passado, no primeiro horário, foram 106 acidentes, sendo que 39 envolveram carros e motos e sete atropelamentos. No segundo horário, 209 ocorrências, com 65 acidentes entre carros e motos; e 27 atropelamentos.

Em 2010, faltando pouco mais de quatro meses para o encerramento do ano, foram registrados 68 atendimentos no primeiro horário, com 27 acidentes entre carros e motos; e sete atropelamentos. No segundo horário pesquisado, 147 ocorrências, 52 colisões envolvendo carros e motos e 16 atropelamentos.

Os dois horários são de intensa movimentação de pessoas e veículos, seguindo e retornando de locais de trabalho. No primeiro horário, as pessoas estão mais relaxadas e, portanto, desconcentradas. No segundo, o estresse é evidente e o cansaço contribui para a ocorrência de acidentes.

Não resta dúvida que a infra-estrutura urbana, defasada em relação ao crescimento da cidade, contribui para este estado de coisas. A cidade cresce e com ela os problemas do cotidiano.

Qualificação

Não será por falta de oportunidades que profissionais das diversas áreas de ação deixarão de aprimorar conhecimentos. A qualificação é defendida como forma de abrir portas para o mercado de trabalho. Ao concluir um curso superior, o profissional vislumbra um futuro de grandes realizações, mas no passar do tempo observa ser importante ingressar em um curso de mestrado e, em seguida, no doutorado.

Óbvio que a maioria dos cursos de mestrado e doutorado está em outros estados e o custo final pode transformar o sonho em pesadelo.

Mas o Paraná também tem instituições de ensino, credenciadas pelo Ministério da Educação, oferecendo vagas de mestrado e doutorado. No Diário Oficial da União foi publicada hoje a relação de cursos reconhecidos para mestrado e doutorado em todo o País.

Do Paraná, são os seguintes cursos e instituições:

Políticas Públicas................................................................... UEM
Administração....................................................................... UEL
Economia (DO)...................................................................... UEM
Ciências da Reabilitação....................................................... UEL
Odontologia............................................................................ UEL
Filosofia................................................................................... UEL
Ciências Farmacêuticas......................................... Unioeste/UEPG
Engenharia de Sistemas Dinâmicos e Energéticos........... Unioeste
Conservação e Manejo de Recursos Naturais................... Unioeste
Enfermagem (DO)................................................................ UFPR
Ciências da Saúde (ME/DO)............................................... UEL
Comunicação......................................................................... UFPR
Computação Aplicada.......................................................... UTFPR
Educação (DO)...................................................................... Tuiuti
Ciências Sociais........................................................... Unioeste
Desenvolvimento Regional e Agronegócios (DO)............ Unioeste
Engenharia Elétrica............................................................. UTFPR
Toxicologia Aplicada............................................................ UEL
Fisiologia............................................................................... UFPR
Meio Ambiente e Desenvolvimento.................................. UFPR
Engenharia de Produção..................................................... UFPR
Educação em Ciências e em Matemática.......................... UFPR
Energia na Agricultura........................................................ Unioeste
Sociedade, Cultura e Fronteiras......................................... Unioeste
Biologia Comparada............................................................. UEM
Física (Astronomia e Física)............................................... UEL
Comunicações e Linguagem............................................... Tuiuti
Ciência de Alimentos........................................................... UEM
Desenvolvimento Regional................................................. UTFPR

Como se pode observar, o que não faltam são alternativas para aprofundar o conhecimento.

Campanha

O primeiro programa eleitoral para o Governo do Paraná mostrou duas situações distintas e que precisam ser analisadas com profundidade pelo eleitor. Estes dias, até a data da eleição, serão fundamentais para definir em quem votar para a administração estadual.

Os dois candidatos – Osmar Dias e Beto Richa – têm visões distintas do Estado e isto precisa ser bem avaliado pelo eleitor, para depois não reclamar da sorte.

No primeiro programa, Beto Richa mostrou não ter muita afinidade com as questões interioranas, pois focou sua proposta no desenvolvimento de Curitiba, onde foi prefeito por pouco mais de cinco anos. Talvez esta seja a forma de compensar o descalabro de sua administração, onde houve muita promessa e pouco resultado. Beto Richa vem, agora, tentar conhecer o Paraná e demonstrou que tem muito a aprender.

Já Osmar Dias tem uma visão ampla do Estado, principalmente quanto às necessidades de infraestrutura. O senador, como ex-secretario de Agricultura, conhece o Paraná como um todo, pois foi ele a implantar as chamadas microbacias e o programa de conservação de estradas rurais, sem inibir a produtividade. Sabe Osmar Dias que a mola propulsora do Paraná começa na agricultura, sustentáculo do desenvolvimento estadual.

Cabe ao eleitor aproveitar os poucos programas de rádio e TV para ouvir as propostas e analisá-las com profundidade. Não se pode cometer o erro de eleger um candidato despreparado, sem conhecimento das necessidades do Estado, pois o custo será enorme.

Quem decide o futuro do Paraná é o eleitor. É preciso votar com consciência e não convencido pelos belos programas de rádio e TV. Nem tudo o que se vê é real.

Futsal

Revirando arquivos de jornais, encontrei um recorte bastante interessante e que remete ao início da década de 1990. Naquela época, juntamente com Raul Vidal, Joaquim Alves, Antônio Zacarias, Randal Correia e Hilário Lessa, dirigia a Liga de Futebol de Salão de Apucarana, a Lifusa, desativada posteriormente por interesse dos dirigentes que nos sucederam.

Como presidente e com os demais diretores, idealizamos e levamos a efeito campeonatos de futebol de salão de alto nível. Os jogos eram realizados no Ginásio de Esportes "Aniz Abujamra", no Clube 28 de Janeiro, com as arquibancadas completamente lotadas em todas as rodadas.

Lembro que a competição tinha a participação de oito equipes e entre elas cito AABB/Jamel, de Jandaia do Sul; Arrozeira Patrícia de Cássia/Agropecuária Araucária; Cristal Palace; Sanepar; Pirapó; Clube 28 de Janeiro e Pandoras. A partir destas competições, formamos a seleção apucaranense de futsal e disputamos a Taça Paraná, com partidas em Curitiba, terminando na quarta posição.

Entre os jogadores, pode-se citar Didico, Paulo César Barreto, Dadá; Paulo Spolador, Erci, Carlinhos, Bassinho, Clóvis, Clodoaldo; Totinha, Boca, Joaozinho Scisner; Paulo Gil, entre outros. Poderia citar muito mais, que brilharam naquela que era considerada a "quadra sagrada" do salonismo de Apucarana.

Mais de 20 anos se passaram e os saudosistas ainda lembram daquelas competições. A competição era feita pela Lifusa, sem qualquer apoio público. Hoje os tempos são outros.

Intolerância

Três clubes estão brigando para subir à primeira divisão do futebol paranaense em 2011: Foz do Iguaçu, Roma Apucarana e Arapongas. Com méritos, as três agremiações chegaram à última rodada, a ser disputada no domingo, com chances iguais. Roma x Foz e Arapongas x São José são os jogos que decidem as duas vagas.

Vitórias de Roma e Arapongas garantem os dois clubes rivais na elite do futebol estadual de 2011.

Mas na leitura de comentários disponibilizados no www.tnnews.com.br, me chama a atenção a troca de farpas entre os torcedores dos dois clubes. Há, pela minha ótica, um alto grau de intolerância entre os rivais, como se não houvesse possibilidade de respeito entre as pessoas.

O que leio hoje me remete à década de 1960, quando de memoráveis jogos, tanto no Estádio Bom Jesus da Lapa como no Gigante de Madeira, na Avenida Maracanã, onde hoje está instalada a unidade do Sesi. Não raro, jogos nas duas cidades terminavam em pancadaria dentro do gramado e nas arquibancadas. Passados 50 anos, ainda há um acirramento de ânimos, que em nada acrescentará à beleza do futebol.

Caso subam os dois (o que é bastante provável), o Norte do Paraná voltará a ter representantes na elite do futebol paranaense de 2011, causando inveja a Londrina e Maringá. Araponguenses e apucaranenses deveriam se orgulhar de seus times e não plantar, através da Internet, animosidade e rancor.

Ronda

Meados da década de 1970, um grupo de jovens tinha um compromisso inadiável nas noites de sexta-feira: realizar a ronda, um serviço voluntário de levar alimentos a pessoas desabrigadas, que moravam sob as marquises de lojas, bancos do terminal rodoviário e nas estações ferroviárias.

Saímos do colégio, por volta das 22h00 e seguíamos para a Igreja São Benedito, na Vila Regina. Quem liderava a ação era o padre da paróquia, que já realizava um amplo serviço de assistência social aos moradores do bairro e adjacências, com construção de casas e distribuição de comida.

Eram cerca de 20 pessoas, que saíam pelas ruas de Apucarana levando pão, leite, café, cobertores e até mesmo calçados. O caminho era longo, pois começava na Estação Ferroviária da Barra Funda e terminava no Jardim América, passando pela Rodoviária, onde hoje é o terminal urbano. Dezenas de pessoas eram atendidas por estes voluntários. Poucas palavras eram trocadas, mas era gratificante ajudar a quem precisava.

Já se passaram mais de 30 anos e o então padre da Igreja São Benedito é Valter Pegorer, três vezes prefeito de Apucarana, sendo respeitado por onde passa. Pegorer tem hoje mais de 60 anos e vejo nele o mesmo entusiasmo daquela época, quando caminhava ao lado daquele grupo de jovens, levando alimentos e palavras de conforto aos desassistidos.

Eficiência

A rápida solução do caso da subtração do bebê do interior da Maternidade do Hospital da Providência é resultado da competência da polícia paranaense, que é bem preparada. Lógico que os propagadores do apocalipse afirmarão que é obrigação responder de forma rápida aos anseios da sociedade. Nem sempre, porém, isso é possível.

Claro que para o resultado acontecer de forma satisfatória é preciso de um comando eficiente e participativo. Posso afirmar, com segurança, que a liderança delegado do Gabriel Marcelo Botelho da Junqueira Filho, chefe da 17ª Subdivisão Policial, foi fundamental para a elucidação do caso. Ele não quis "segurar o boi a unha", isto é, fazer tudo sozinho. Convocou o Sicride, que tem pessoal especializado neste tipo de crime, para auxiliar os policiais de Apucarana e trazer o bebê de volta aos braços da mãe e ao aconchego da família.

Durante meus tempos de jornalismo policial, tive oportunidade de realizar várias matérias, tendo o delegado Gabriel Junqueira como fonte. Pude testemunhar seu empenho em elucidar crimes e não esconder nada da imprensa. É um profissional competente e trabalhador, que merece estar no posto atual.

Junto dele coloco outros delegados que vi trabalhar e que admiro e respeito: Cláudio Fernando da Cunha Teles, Valdete Testoni, Gustavo Tucci Nogueira, Gerson de Almeida Santos, Sérgio Luiz Barroso, Walter Helmuth, Valdir Abraão, Roberval Butaccini, Nabor Lobo Sotto Maior, Acácio Gonzaga de Azevedo, Clóvis Galvão Gomes, entre outros.

E um em especial, aquele que me ensinou ser repórter policial, rendo um homenagem: Idelberto Lagana, já falecido.Uma frase dele definiu minha forma de trabalhar: "vá com calma, que você consegue a notícia completa". Assim agi por muitos anos no jornalismo policial, levando aos leitores da Tribuna do Norte informações precisas.

Um

Nos últimos tempos, tenho lido e ouvido que é possível a eleição de dois deputados estaduais e um federal com o colégio eleitoral de Apucarana.

Quem prega esta situação é um desavisado, com interesse único de manter o status quo do município, que não tem representantes no Legislativo estadual e federal há muito tempo.

Tomando por base o número de eleitores cadastrados no município – 90.112 – apenas um candidato terá condições de se eleger e mesmo assim precisará angariar votos em outros municípios. É fato que em cada eleição, tem-se pelo menos 15% de abstenção e votos nulos e brancos. Assim sendo, é provável que em Apucarana pouco mais de 76 mil eleitores comparecerão aos locais de votações na eleição de outubro.

Na divisão matemática, cada candidato (segundo a deturpada visão dos analistas) deverá fazer 38 mil votos.

Pergunta-se: com 38 mil votos algum candidato poderá se eleger? Por óbvio que não.

Desta forma, é fundamental que o eleitor apucaranense centralize seu voto em um único candidato, com potencial de alcançar uma cadeira na Assembléia Legislativa.

Somente Valter Pegorer tem as condições de ser eleito deputado estadual por Apucarana. Para ser eleito, porém, terá que alcançar uma votação superior a 45 mil votos somente no município e outros 10 mil em outras regiões do Estado.

Diante deste quadro, é importante votar de forma consciente, inclusive quanto à não escolha de candidatos para quedistas, que somente aparecem em Apucarana em tempos de eleição.

Registro

O que era esperado aconteceu: Valter Pegorer, ex-prefeito de Apucarana, teve seu registro para disputar uma cadeira na Assembléia Legislativa homologado pelo Tribunal Regional Eleitoral. Os juizes votaram de forma unânime, não deixando qualquer margem de dúvida quanto à conduta pretérita do candidato.

Momentos depois da informação chegar a Apucarana, era possível ver o desânimo daqueles que torceram ao máximo para a denuncia contra Pegorer ser acatada pelos juízes eleitorais e o registro ser indeferido. O interessante é que os contrários à candidatura do ex-prefeito estiveram com ele ao longo dos últimos oito anos, inclusive ocupando cargos importantes na assessoria executiva, recebendo polpudos salários.

Ainda hoje, ouvi do vereador Marcos Antônio Martins, o Marquinho do Bicho, a seguinte frase: "Ainda tem recurso e Deus vai fazer justiça". Ou seja, acredita ele que no TSE o julgamento do tribunal paranaense será alterado.

Claro que recorrer da decisão de primeira instância é um direito liquido e certo. Entretanto, é fundamental, lembra o advogado Nilso Paulo da Silva, levar em conta que todos os juízes votaram favoráveis ao registro da candidatura. Ao mesmo tempo, parecer do Ministério Público Eleitoral era pela concessão do registro. Vê-se, portanto, que a denúncia era inócua e teve como cunho único tumultuar a campanha de Pegorer.

Passado este período de apreensão, Valter Pegorer continuará a campanha de forma ainda mais tranquila e serena, como vem fazendo, recendo apoios importantes em várias cidades do Paraná.

Univai

Deve ser encaminhada ainda este mês para análise da Assembléia Legislativa a proposta do governador Orlando Pessuti, que transforma a Faculdade Estadual de Ciências Econômicas de Apucarana (Fecea) em Universidade do Vale do Ivaí, a tão esperada Univaí.

Segundo o professor Rogério Ribeiro, diretor da Fecea, o estudo técnico que cria a Univaí está concluído e em fase de revisão por parte da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. O estudo foi determinado pelo governador Pessuti e indica quais cursos das áreas de ciências Humanas, Biológicas e Exatas deverão ser instalados na Univaí.

Ribeiro, porém, não quis antecipar os resultados do estudo, pois quem fará o anuncio será o governador Pessuti, antes de levar o projeto de lei para análise legislativa. O diretor da Fecea acredita que a proposta será aprovada pelos deputados, pois a região comporta uma universidade estadual e a estrutura física da Fecea é suficiente para, de início, atender à demanda de estudantes.

Não acredito, contudo, que a proposta venha a ser votada neste ano, pois os deputados, no momento atual, estão mais preocupados com a campanha para reeleição. Além disso, o processo legislativo demanda análise do projeto do governador por parte das comissões permanentes e os prazos devem ser cumpridos, salvo um acordo de lideranças para acelerar as votações.

Indecisos

Os números são irrefutáveis: Beto Richa tem 13 pontos de vantagem sobre Osmar Dias, uma diferença considerável e, para os mais apaixonados, difícil de ser tirada, mesmo restando menos de 60 dias para as eleições.

Este é o resultado da pesquisa na qual o entrevistado é estimulado a indicar seu candidato preferido.

Mas é na espontânea que um fato chama a atenção: mais de 30% dos entrevistados não sabem em quem votar para governador do Paraná.

Este percentual faz lembrar a campanha a prefeito de Apucarana, onde Beto Preto, candidato de oposição, liderou todas as pesquisas contratadas pelo jornal Tribuna do Norte, mas no final quem levou foi João Carlos de Oliveira. Aquelas pesquisas indicavam um significativo percentual de indecisos e após o pleito a empresa responsável pelas consultas justificou que estes eleitores decidiram a eleição.

Claro que uma eleição para prefeito é totalmente diferente da atual, onde o universo de eleitores é extremamente maior. Mas a questão do número de indecisos precisa ser avaliada pelos candidatos e traçadas metas para conquistá-los.

É neste volume de eleitores que pode estar a definição do pleito de outubro.

Empregos

Nos últimos cinco anos - janeiro 2006 a junho 2010 - mais de 11 mil apucaranenses ingressaram no mercado de trabalho, conforme os dados disponibilizados pelo Ministério do Trabalho e Emprego. Este número somente não é maior porque os empresários preferem contratar o candidato que possui experiência comprovada.

Na pesquisa realizada no banco de dados do organismo federal, em 2008 foram contratados 1.627 trabalhadores e em 2009 ficou em 1.056 contratos novos. 1.229 contratações aconteceram em 2007; e 1.544 em 2006.

Com a respeito a 2010, de janeiro a junho foram registrados 1.342 contratações em primeiro emprego. Este dado é significativo, pois restam ainda seis meses pela frente e a chegada de novos empreendimentos indicam que os candidatos a primeiro emprego têm chances de ingressar no mercado de trabalho.

Em igual período - 2006/2010 - foram contratadas 74.721 pessoas nas empresas instaladas em Apucarana. Comércio varejista e confecções foram os maiores contratantes, seguido da construção civil e serviços.

Este resultado mostra que a cidade segue no caminho certo e superando os reflexos da crise que atingiu a economia mundial. Os dados são incontestáveis, mesmo para aqueles que vêem Apucarana como uma cidade sem representatividade no contexto estadual.

Módulos

A manifestação de insegurança no Núcleo Habitacional João Paulo I, em Apucarana, trouxe à tona um assunto interessante: a reativação dos módulos policiais na cidade. Estas unidades policiais funcionaram até o início do primeiro governo Jaime Lerner, quando foram desativados sob argumento da falta de material humano.

O mesmo argumento será sustentado hoje, pois a cidade cresceu e o número de policiais no Batalhão continua o mesmo, ou seja, insuficiente para atender às necessidades do organismo de segurança pública.

A cidade tem seis módulos - Vila Nova, Praça Duque de Caxias, Avenida Brasil, Jardim Ponta Grossa, Praça Rui Barbosa e Jaboti - e apenas um é utilizado de forma efetiva (Rui Barbosa). Outros dois - Vila Nova e Avenida Brasil - somente em casos excepcionais.

Para que o leitor tenha uma idéia, para que um módulo funcione de forma efetiva, são necessários três policiais. Como a escala é 12 horas de serviço e 24 horas de folga, um permanece no local de trabalho e outros dois aguardando para ocupar o posto. Com seis módulos, serão 18 policiais que não estarão nas ruas todos os dias. A criação de outro módulo, no João Paulo, como é defendido, serão 21 policiais militares sem atuar no policiamento ostensivo e repressivo pelas ruas da cidade.

Além dos policiais, cada módulo deverá ter uma viatura de apoio, com dois militares trabalhando. Na soma total, serão 32 policiais apenas para sustentar estas unidades de segurança.

O batalhão da PM de Apucarana, apesar do esforço do comando e comandados, não dispõe de efetivo suficiente para atender à crescente violência na cidade e em sua área de atuação.

A segurança é uma questão de estado e precisa ser discutida de forma mais abrangente e não no calor da emoção e da demagogia política.

Negócios

* A indústria de confecções Commanders, instalada no Parque Industrial Norte, em Apucarana, irá fornecer uniformes para funcionários das refinarias da Petrobras. A princípio são mil uniformes, mas o contrato possibilita chegar a cinco mil unidades. Com o contrato, a empresa espera abrir novos mercados e alcançar a produção de 100 mil uniformes por mês. (Apukaonline)

* A indústria de macarrão Selmi fará investimento de R$ 40 milhões na cidade de Rolândia. A empresa construirá um moinho de trigo e um centro de distribuição na cidade. Os dois empreendimentos deverão entrar em operação em 2012. (Valor Econômico)

* A fusão da Confepar, de Londrina, com os laticínios Itambé, Minas Leite e Centroleite, além da Cooperativa Central Mineira de Laticínios (Cemil), não será realizada. A Cemil desistiu da empreitada, após os resultados positivos dos últimos anos. (Valor Econômico)

* A Destilaria Vale do Ivaí vai concentrar em São Pedro do Ivaí a produção de açúcar e álcool de sua área de atuação. A unidade tem capacidade para esmagar 2,2 milhões de toneladas de cana. A expectativa é produzir 50 milhões de litros de etanol e 160 mil toneladas de açúcar. (Jornal Paraná)

* Enquanto concentra produção de açúcar e etanol em São Pedro do Ivaí, a Vale do Ivaí Açúcar e Álcool constrói a unidade de produção de açúcar em São Miguel do Cambuí, distrito de Marialva. A unidade terá capacidade para produzir 135 mil toneladas de açúcar. (Jornal Paraná)

* A Cocamar está ampliando em 72 mil toneladas a capacidade de silos para armazenagem de grãos. Na unidade de Maringá, a cooperativa está erguendo oitos silos e em Iporã são outros quatro. Cada um tem capacidade de armazenar seis mil toneladas de grãos.(Jornal Paraná)

* Outra cooperativa que investe em obras de ampliação é a Cocari, sediada em Mandaguari. Em fevereiro de 2012, a cooperativa irá inaugurar o abatedouro de frango, a ser construído na saída para Jandaia do Sul, além da fábrica de ração para frangos. A Cocari também está ampliando a fábrica de ração para cães e gatos. (AssCom-PMM)

* A Tyson Foods, que administra a Frangobras, em Campo Mourão, está investindo na conquista de mercado no Paraná, através da marca Macedo. Os produtos da empresa estão sendo distribuídos em supermercados de Londrina e outros cinco cidades do interior do Estado. A meta é vender 300 mil quilos de frango por mês nas seis localidades.(Valor Econômico)

Obras

O prefeito de Apucarana, João Carlos de Oliveira, tem dedicado os poucos horários livres de sua agenda para acompanhar o desenvolvimento das obras iniciadas em sua administração. Conforme levantamento realizado pelo titular do blog, estão sendo investidos cerca de R$ 3,8 milhões em obras nas áreas de educação, saúde, esporte, turismo e infraestrutura urbana, com pavimentação e recuperação de vias. Também estão sendo realizados investimentos nos distritos do Pirapó, Caixa de São Pedro, ]Vila Reis, Correia de Freitas e São Domingos. Os recursos são do orçamento municipal e há outro volume de aplicações dos governos federal e estadual.

O trabalho é uma continuidade do executado por Valter Pegorer e integra o Plano Plurianual da administração municipal, aprovado pelo Poder Legislativo em 2008, visando o biênio 2009-2010.

No âmbito da saúde pública, o programa de obras estabelece ampliação e construção de novas Unidades Básicas de Saúde na área urbana e nos distritos. A frota de veículos da Autarquia Municipal de Saúde foi ampliada, com a aquisição de ambulâncias e veículos de apoio.

Na educação, além da construção de novas unidades educacionais, todos os estabelecimentos de ensino da rede municipal estão dotadas de quadras poliesportivas cobertas. No esporte, campos gramados estão sendo implantados em bairros e o Complexo Esportivo do Lagoão passa por reforma, principalmente na piscina, que terá cobertura e sistema de aquecimento.

Igreja e Politica

Recentemente, ouvi um comentário em programa de televisão que a Igreja não deve se meter em política, pois este não é o papel dela. Entendo que o papel da Igreja é formar a consciência de seus adeptos, através dos ensinamentos bíblicos, mas sem tomar posição partidária.

Alguém poderá dizer que na Bíblia não existem textos que possam indicar como o cristão deverá votar. Ledo engano. Os textos existem, mas devem ser interpretados a luz da realidade atual.

Sobre este ponto, encontrei ontem um interessante artigo do padre Mauro Negro (OSJ), publicado no jornal do Santuário Santa Edwiges, de São Paulo. Salienta o sacerdote que o "livro do Deuteronômio (17 e 18) apresenta um critério que pode ser util neste momento em que nos pomos a analisar propostas políticas com vistas as eleições".

O texto bíblico trata dos critérios para a escolha do novo rei de Israel e as ações e condutas do escolhido. Faça a leitura e avalie que os escritos bíblicos podem e devem ser aplicados quando da avaliação dos candidatos, tanto para o Executivo como do Legislativo.

* O texto pode ser acessado no endereço www.santuariosantaedwiges.com.br