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Local: Apucarana, Paraná, Brazil

31 agosto 2010

Infância

O atual momento vivido pela sociedade, de uma forma geral, tira a liberdade da criança viver os bons momentos da infância. O medo da violência faz com que os pais mantenham seus filhos em casa, envolvidos com os jogos eletrônicos ou mesmo com a TV ligada nos educativos desenhos animados, onde seres extraterrestres são combatidos por heróis saídos sabe-se lá da imaginação de quem.

Este preâmbulo é necessário para remeter à infância da minha geração, hoje com mais de 50 anos de idade. Bem antes de ser colocado para trabalhar, curtia ao máximo os momentos de liberdade, onde os vizinhos cuidavam das crianças, como se fossem seus próprios filhos. Empinar pipa/pandorga/papagaio/arraia era diversão absoluta dos finais de tarde.

Mais divertido ainda era sair em busca de taquara/bambu, café de bugre (para colar o papel na estrutura de bambu/taquara), papel de embrulho e linha 40 (a mais grossa e resistente), para montar aquele objeto leve e levado pelo vento às alturas. O café de bugre tinha que estar vermelho, para soltar aquela pasta para passar na dobra do papel e se transformar em cola.

Jogar bola (mesmo sendo um perna de pau, ainda) no terreno baldio, onde eram descarregadas as toras de madeira para a serraria, era diversão certa. Quando tinha torneio, entre os times das ruas vizinhas, o campo ficava pequeno. Os entreveros aconteciam, mas logo resolvidos, sem ameaças de vingança. Afinal de contas, todos moravam próximos e se conheciam. Cerol na linha? Nem pensar.

O tempo passou, as crianças daquela época já são homens formados e com famílias constituídas. Alguns já ocupam o andar de cima, chamados mais cedo para a eternidade. Houve um tempo em que fui criança, brincando com minhas filhas, ainda mais crianças, onde foi possível redescobrir a beleza de quem teve infância. Sem medo e sempre feliz.