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Local: Apucarana, Paraná, Brazil

07 julho 2010

Ficha completa


Aberto período de campanha eleitoral, o assunto em foco, dentro da sociedade organizada, é a chamada “ficha limpa”. Pela legislação aplicada ao pleito de outubro, o candidato não pode ter sentença processual, por crime político, transitada em julgado ou analisada por um colegiado, com condenação.

O que se discute é a atuação ímproba no âmbito político. Mas e a improbidade no campo civil? Esta não pode ser levada em consideração pelos eleitores?

Pois é. É uma questão que precisa ser analisada e levada em consideração no momento de escolher o candidato. No momento atual, temos candidatos com ficha limpa na política, mas com uma infinidade de processos tramitando no civil e trabalhista. Uma consulta processual, através da Internet, é suficiente para encontrar nomes de alguns candidatos, condenados por não pagar salários a funcionários de empresas comandadas por "laranjas", determinação de retenção de salários por não cumprir acordo judicial, entre outras questões.

Coloco este assunto para análise dos (e)leitores por uma questão crucial: eleitas, estas pessoas obtém o chamado foro privilegiado e os processos em tramitação no Poder Judiciário local são encaminhados ao Tribunal de Justiça, para os deputados estaduais; ou ao Supremo, para os federais.

Além disso, pelo montante que recebem por ocupar cargo legislativo, terão condições de pagar as dívidas com extrema tranqüilidade. Em verdade, não serão eles a pagarem os débitos: somos nós, eleitores, através dos impostos escorchantes cobrados pela União, Estados e municípios, a partir da parcela de arrecadação destinada ao pagamento dos parlamentares.

Desta forma, caro (e)leitor, é importante não votar apenas no ficha suja na política, mas também no ficha suja de cidadão comum.