Nome:
Local: Apucarana, Paraná, Brazil

29 junho 2010

A praça não é de todos


O poeta baiano Antônio da Castro Alves escreveu que “a praça é de todos, como o céu é do condor”. Hoje, ao passar pelas muitas praças existentes por aí, é possível sentir uma dor n’alma pelo grande número de pessoas que utilizam destes locais para consumo de drogas – lícitas e ilícitas. Alguns destes locais não podem ser utilizados por todos, mas por alguns, que transformam aquelas áreas em seu habitat, onde não existe repressão ou fiscalização.

Nesta terça-feira (29) cruzava a Praça Interventor Manoel Ribas, área central de Apucarana, às 8h00 da manhã, e um grupo de rapazes, de idades indefinidas, consumia droga, se preparando para menos um dia em suas vidas. Em bar próximo, um senhor ingeria um copo de cachaça. Quatro mendigos dividiam uma garrafa de pinga, como um opíparo café da manhã.

A droga deixou de ser um problema de polícia. É um problema social e de saúde pública e, pelo jeito, sem solução. Não existem políticas públicas voltadas ao combate a esta doenças. Ações isoladas conseguem resultados até que expressivos, mas a fila é cada vez maior de pessoas em lento processo de afogamento.

As cidades vão crescendo, as pessoas transformam as casas em verdadeiras fortalezas. Poucos são o que se arriscam a sair com a família para momentos de lazer. Em parques públicos, os grupelhos se formam e a ordem é ouvir música nas alturas, regada a drogas ilícitas e bebidas alcoólicas. Há risco de, a qualquer momento, estourar uma briga, com conseqüências imprevisíveis.

Assim, as pessoas preferem o abrigo de seus lares, onde os riscos também existem, mas em proporções menores.

Mas se no céu o condor voa alto, nem todos têm coragem de freqüentar nossas praças.