Nome:
Local: Apucarana, Paraná, Brazil

22 junho 2010

Dunga e TV Globo



Desde a classificação do Brasil à Copa da África do Sul, passando pela convocação dos jogadores, é nítido o desconforto no relacionamento do treinador Dunga com a imprensa brasileira. O técnico é estopim curto e não aceita interferência em seu trabalho. Ele não deu a mínima importância à campanha pelas convocações de Neymar e Ganso, do Santos, como substitutos de Kaká e Luis Fabiano.

A vitória sobre a Costa do Marfim, mesmo com um futebol mais brilhante, escancarou o desgaste entre técnico e TV Globo. Dunga, mais parecendo o Zangado, proferiu palavrões ao jornalista Alex Escobar. Antes, o treinador teve arranca-rabo com outros profissionais da imprensa brasileira, principalmente os mais críticos, como Juca Kfoury, da Folha de São Paulo; e José Trajano, da ESPN Brasil. Sobrou até para os educados, mas não menos críticos, Alberto Helena e Tostão, este um dos maiores craques do futebol brasileiro.

Nos bastidores da crise a CBF apagou o incêndio, pois tem interesses financeiros na relação com a TV Globo. Os interesses de Ricardo Teixeira jogaram o treinador no rescaldo fumegante, que já tem o futuro delineado: acabou a Copa, independente da classificação, Dunga estará na rua. O contrato de Dunga com a CBF tem data de vencimento: na final de 11 de julho ou até quando a seleção tiver forças de seguir na Copa.

Dunga sabe que seu ciclo no comando da seleção está acabando. Enfrentar a poderosa Rede Globo e seus jornalistas não foi um rompante de insensatez. Foi de caso pensado e uma forma de mostrar ao mundo que a liberdade e o respeito têm limites.

Após a Copa, com certeza, Dunga conseguirá seguir sua carreira como treinador, quem sabe no mercado europeu, onde é respeitado como jogador e campeão do mundo pela Seleção Brasileira.
Dunga não é nada bobo, como pensam os mais afoitos. Ele é, acima de tudo, corajoso.