Proibido

Leio com freqüência os principais jornalistas esportivos do País, em blogs e nos jornais impressos. O que me intriga é o chamado "politicamente correto" no futebol, onde é proibido qualquer ato além da técnica e da construção da jogada que resulte em gol.

O mais recente ato "hostil" foi praticado por Neymar, que aplicou um chapéu em Marcinho Guerreiro, grande craque do Avai. A jogada estava parada, depois de falta de Neymar no atleta do clube catarinense. Quando Marcinho se levantou, o craque santista deu-lhe o chapéu. A partir daí, surgiram as mais diversas afirmações: Neymar é irresponsável, indisciplinado, moleque, etc, etc ...

Outro diz respeito a Rogério Ceni, goleiro do São Paulo, que na quinta-feira chamou a atenção por sugerir a entrada de Cleber Santana, ao final a partida contra o Atlético Goianiense. Para os jornalistas, a atitude do renomado goleiro foi desrespeitosa em relação ao treinador Sérgio Baresi.

Nas suas oportunidades, considero as críticas excessivas. No caso de Neymar, o jogador é, ainda, um menino, mas já uma realidade de craque, diante da mediocridade atual do futebol brasileiro. Fosse hoje, Rivelino seria um irresponsável e desrespeitoso ao adversário, pois aplicava o "elástico", deixando seu marcador sem reação em relação ao inesperado.

Rogério Ceni é unanimidade em liderança dentro do São Paulo e tem plenas condições de opinar, sempre com vistas ao melhor para sua equipe. Fosse hoje, jogadores como Gerson, Carlos Alberto Torres, Dudu, Pedro Rocha, Carpegiani, Dirceu Lopes, só para citar alguns, não poderiam discutir tática com seus treinadores.

Infelizmente, diante da mediocridade do futebol brasileiro, sempre aparecem aqueles que se afirmam donos da verdade e querem definir o que é certo e o que é errado.

Futebol é arte e os artistas devem ser respeitados por seus atos e atitudes.