Liberdade

O estado democrático de Direito pressupõe, entre outros pontos básicos, a liberdade de expressão. A imprensa, como formadora de opinião, tem papel importante na consolidação da democracia, informando o cidadão sobre os fatos mais relevantes da sociedade e do mundo político.

Esta liberdade, porém, nem sempre atende aos interesses dos detentores do poder. O mais recente ataque à imprensa partiu do presidente Lula, que criticou de forma veemente a publicação das denúncias de corrupção que culminaram com a saída da ministra Erenice Guerra, da Casa Civil. Para o presidente, as notícias sobre o caso são intolerância, ódio e mentira. Claro que por trás desta postura de Lula há um temor de respingar na candidata Dilma Rousseff, que ocupa a preferência do eleitorado na corrida ao Palácio do Planalto.

A princípio, a divulgação da cobrança de propina e de lobby na Casa Civil, envolvendo parentes de Erenice Guerra, não é mentirosa. Não há, ao mesmo tempo, intolerância e ódio, mas sim o direito dos veículos de comunicação em tornar público os desvios de conduta de pessoas que ocupam cargos importantes na administração federal.

A Lula, como filiado ao Partido dos Trabalhadores, cumpre o papel de cabo eleitoral mor de Dilma Rousseff e deve defender e proteger sua candidata. Como presidente da República, deve respeitar a Constituição Federal e a liberdade de imprensa. Querer tolher esta liberdade é tentar levar o País ao abismo do autoritarismo, seguindo o exemplo de seu amigo Hugo Chaves, que não aceita ser confrontado.

Talvez Dilma Rousseff, que colocou Erenice Guerra na Casa Civil, concorde com Lula e Chavez.

O perigo está próximo.