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Local: Apucarana, Paraná, Brazil

16 junho 2010

O Paraná de ontem

O movimento “O Paraná que Queremos” tem como objetivo fundamental a moralização na política paranaense. A ação visa um futuro melhor para o Estado, retirando da vida pública aquelas pessoas comprometidas com as causas próprias e nenhuma para com os paranaenses. A mobilização popular, como já dito neste blog, foi interessante e merece adesão ainda maior da sociedade.

Porém, não se pode deixar para trás fatos históricos e que contribuíram sobremaneira para o empobrecimento do Estado, principalmente quanto ao esfacelamento da administração pública, a partir de uma desenfreada privatização e que teve participação efetiva de políticos que hoje se apresentam como bons moços.

Não podemos esquecer que em 1998, quando o então governador Jaime Lerner definiu pela privatização da Telepar e do Banestado, quem ocupava uma cadeira na Assembléia Legislativa era o agora candidato ao governo, Beto Richa. Foram os deputados aliados aos interesses do Palácio Iguaçu quem aprovaram as privatizações. Richa votou a favor das privatizações das duas empresas, além concessão de rodovias estaduais a empresas privadas.

Historicamente, o Paraná tinha a Telepar como uma das melhores companhias telefônicas do Sul do País, com mais de cinco mil funcionários e em constante expansão. Hoje, nas mãos da Oi/BrasilTelecom, nem a sede em Curitiba, mas sim em Goiânia. O Banco do Estado do Paraná poderia ter sido saneado e não vendido ao Banco Itaú. O banco estava com agências em praticamente todos os municípios paranaenses, com milhares de bancários trabalhando. Com a venda, houve desemprego e o Itaú não investiu e não investirá em locais onde o fluxo de caixa não lhe traga lucros.

Não fosse a mobilização de outros paranaenses de estirpe, como o senador Osmar Dias, a Copel também seria privatizada, como o foi, parcialmente, a Sanepar. Sobre este assunto, é importante a leitura da nota publicada por Esmael Morais, onde o tema também é a privatização destas duas empresas.

O Movimento “O Paraná que queremos”, entendo eu, deve ir além da proposta de moralização na Assembléia Legislativa. É essencial que os organismos iniciadores do movimento alertem a população sobre os riscos que o Paraná corre em ter administradores comprometidos com privatizações e não com o fortalecimento de empresas públicas.

Espero que a Ordem dos Advogados do Brasil amplie a atuação do movimento e os paranaenses saibam, de forma clara, qual o passado político dos pré-candidatos ao Governo do Estado. Ficar apenas no plano parlamentar é muito pouco.